O sabiá-do-campo é uma ave passeriforme da família Mimidae. Também conhecida como tejo-do-campo, calhandra, arrebita-rabo, galo-do-campo, papa-sebo, sabiá-levanta-rabo, sabiá-conga ou sabiá-poca, sendo o último nome evitado pelos ornitólogos para não causar confusão com outro sabiá de mesmo nome (Turdus amaurochalinus). O sabiá-do-campo (Mimus saturninus) é uma ave famosa por seu vasto repertório de cantos, que incluem imitações de outras espécies.
Mede 26 centímetros e pesa cerca de 70 gramas. Possui uma coloração cinzenta no dorso, alto da cabeça, asas e cauda. O peito e o ventre são branco-amarelados ou arroxeados pela terra. A listra superciliar branca, destacada pela faixa negra na altura dos olhos é uma característica importante para identificação. Os olhos dos adultos são amarelados, marrom escuros nas aves juvenis, as quais também possuem o peito rajado de cinza escuro. Possui a cauda comprida com as pontas de cor branca.
Espécie que não apresenta dimorfismo sexual. São onívoros, alimenta-se principalmente de invertebrados e frutos. Dentre os invertebrados, os insetos (formigas, cupins, besouros) constituem a maior parte das presas. Os frutos podem ser silvestres (neste caso de pequeno tamanho, engolidos inteiros) ou cultivados, como laranja e abacate. Aprecia muito os frutos do Tapiá ou Tanheiro (Alchornea glandulosa). As sementes não são digeridas e atravessam intactas no tubo digestivo. A ave atua, assim, como dispersora das sementes dos frutos que ingere. A maior parte do alimento é obtida enquanto a ave caminha pelo solo. Outros métodos de alimentação com presas animais são menos freqüentes, como a captura de insetos em vôo a partir de poleiros elevados, ou com saltos a partir do solo. Frutos são coletados pela ave empoleirada; frutos de grande tamanho, cultivados, podem ter parte de sua polpa consumida após caírem ao solo.
Ocasionalmente predam ninhos com ovos de outros pássaros. Aproveita-se de gordura e carne em mantas de charque ao sol (daí o nome papa-sebo). A fêmea põe de 3 a 4 ovos e, às vezes, choca ovos de outros pássaros. O casal é auxiliado por um terceiro ou quarto indivíduo do bando, que talvez sejam crias de anos anteriores que ajudam na alimentação e proteção. Repelem os outros pássaros das proximidades do ninho. Os ovos eclodem após 12 ou 14 dias e os filhotes abandonam o ninho com 11 a 14 dias de vida. O interior da boca dos filhotes é amarelo-laranja. Algumas pessoas que tentaram capturar esta ave para estudar seu comportamento desistiram deste recurso, pois a ave parece ser tão sensível ao estresse da captura que alguns indivíduos morreram.
Anda pelos campos e cerrados ou parques e terrenos baldios de cidades geralmente em bandos, que podem ter até 13 integrantes. Na porção sul de sua distribuição não forma bandos, e costuma viver em casais. Possui o hábito de erguer as asas semi-abertas de tempos em tempos enquanto anda pelo chão, numa exibição denominada “lampejo de asas”, cuja finalidade não é entendida e que é observada também em outras espécies do gênero. O lampejo pode ser executado também quando a ave se depara com uma ameaça em potencial (humanos próximos demais, serpentes).
Apesar de viver em grupos familiares, são muito agressivos entre si e usam os longos bicos e as garras fortes em brigas sem trégua (origem do nome galo-do-campo).
Apresenta a característica de ave que pode se adaptar as grandes cidades, desde que estejam disponíveis água e áreas verdes onde eles possam pousar caçar e fazer ninhos. É um dos melhores imitadores de outras aves na natureza. Alguns indivíduos repetem o canto de até 6 espécies diferentes. Além dessas imitações, usadas na época reprodutiva (julho a dezembro), possui um canto próprio, onde lança mão dos chamados mais graves e agudos característicos, iniciando ou terminando a imitação. Em sua grande obra “Ornitologia Brasileira”, Helmut Sick cita que as populações de sabiás-do-campo mais ao sul apresentam repertório de vocalização mais rico e melodioso do que as populações mais setentrionais.
E agora, a Majestade....
Ave símbolo do Brasil, o sabiá-laranjeira, também conhecido como sabiá-amarelo, sabiá-vermelho ou de peito-roxo é uma ave popular, citada por diversos poetas como o pássaro que canta na estação do amor, ou seja, a primavera. Foi imortalizado na “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, juntou-se oficialmente aos outros quatro símbolos nacionais – a bandeira, o hino, o brasão de armas e o selo, tendo a mesma importância deles na representação do Brasil em 3 de outubro de 2002, por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o ornitólogo Johan Dalgas Frisch (mentor do decreto de 3 de outubro), são 12 as espécies de sabiás no Brasil, sendo que o pássaro assume outras denominações em regiões diferentes. Assim, ele tanto pode ser caraxué (Amazonas), sabiá-coca (Bahia), sabiá-laranja (Rio Grande do Sul) e ainda sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-ponga e sabiá-piranga em lugares diferentes. No Brasil podem ser encontradas outras espécies de sabiá, tais como: sabiá-una, sabiá-barranco, sabiá-poca, sabiá-coleira, sabiá-do-banhado, sabiá-da-praia, sabiá-gongá, sabiá-do-campo entre outros. Embora, estas últimas quatro espécies não pertençam ao gênero Turdus e conseqüentemente a família Turdidae.
Mede 25 centímetros de comprimento e pesa o macho 68 gramas, a fêmea: 78 gramas. Tem plumagem parda, com exceção da região do ventre, destacada pela cor vermelha em tom ferrugem e levemente alaranjada, e bico amarelo-escuro.
É ave de canto muito apreciado, que se assemelha ao som de uma flauta. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea. A fêmea também canta, mas numa freqüência bem menor que o macho. O canto do sabiá-larajeira é parcialmente aprendido, havendo linhagens geográficas de tipos de canto, e se a ave conviver desde pequena com outras espécies, pode ser influenciada pelo canto delas e passar a ter um canto “impuro”.
Sua nutrição se compõe basicamente de insetos, larvas, minhocas, e frutas maduras, incluindo frutas cultivadas como o mamão, a laranja e o abacate. Come coquinhos de várias espécies de palmeiras e de espécies introduzidas, como o dendê. Cospe os caroços após cerca de 1 hora, contribuindo assim para a dispersão dessas palmeiras, comportamento apresentado também por outros sabiás. Aqui, também comem os frutinhos do Cinamomo e da Arueira.Ração de cachorro também atrai esta espécie, podendo servir de alimento em cidades grandes com menor disponibilidade de alimentos naturais. Aprecia os frutos do tapiá ou tanheiro (Alchornea glandulosa).
Aqui, na foto abaixo, o macho me espiando enquanto eu fotografava o ninho onde tava o filhote e a mãe.
As fotografias são do ninho feito numa Bananeira que invade meu terreno. O macho estava na Amoreira que está bem perto das bananeiras.
Em regiões mais secas é de certa forma, restrito a áreas próximas à água. É uma ave que convive bem com ambientes modificados pelo homem, seja no campo ou na cidade, desde que tenha oportunidades de encontrar abrigo e alimento.
Este é um filhotão, todo arrepiado ainda (feinho) e desingonçado.
Na natureza, é encontrado em casais e grupos familiares quando em processo de criação. É uma ave de ambientes abertos, preferindo viver em bordas de matas, pomares, capoeiras, entorno de estradas, praças e quintais, sempre por perto de água abundante. É um pássaro territorial: demarca uma área geográfica quando está em processo de reprodução e não aceita a presença de outras aves da espécie.É uma espécie sem dimorfismo sexual. Começa a cantar antes mesmo de clarear o dia. O sabiá-laranjeira vive em torno de 30 anos.
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