domingo, 5 de agosto de 2012

Aves de pequeno porte- Parte 2

                              Daqui prá frente, já começam a aparecer os mais comuns em toda a região e no Brasil. Vou começar por um que eu e Isabel chamamos de "mascarado" e não gostamos muito dele, porque já vimos ele destruir ninhos; aliás uma das suas características é a agressividade! Refiro-me ao Bem-Te-Vi!
O bem-te-vi é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos. Conhecido também como bem-te-vi-de-coroa e bem-te-vi-verdadeiro, é provavelmente o pássaro mais popular de nosso país, podendo ser encontrado em cidades, matas, árvores à beira d'água, plantações e pastagens. Em regiões densamente florestadas habita margens e praias de rios. É também muito popular nos outros países onde ocorre, recebendo nomes onomatopéicos em várias línguas como kiskadee em inglês, qu´est ce em francês (Guiana) e bichofêo em espanhol (Argentina). 

Dentre as várias canções populares, uma se destaca em referência ao bem-te-vi, chama-se Jardim da Fantasia, letra e música de Paulinho Pedra Azul: Bem te vi…
Bem te vi…
Andar por um jardim em flor
Chamando os bichos de amor

Sua boca pingava mel.

 O seu canto trissilábico característico lembra as sílabas bem-te-vi, que dão o nome à espécie. Portanto, seu nome popular possui origem onomatopéica. Existem várias espécies de tiranídeos com o mesmo padrão de cores, dentre as quais 4 são particularmente similares ao bem-te-vi: o neinei (Megarynchus pitangua), o bentevizinho-do-brejo (Philohydor lictor), e os dois bentevizinhos do gênero Myiozetetes, o bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis) e o bentevizinho-de-asa-ferruginea (Myiozetetes cayanensis). O neinei é do mesmo tamanho do bem-te-vi, mas possui um bico maior e bem mais largo, o bentevizinho-do-brejo é mais esbelto, menor e apresenta o bico proporcionalmente mais afinado achatado. Já os bentevizinhos do gênero Myiozetetes são menores, possuem o bico cônico e proporcionalmente menor e as sobrancelhas brancas menos definidas.
 
Possui uma variada alimentação. É insetívoro, podendo devorar centenas de insetos diariamente.
Mas também come frutas (como bananas, mamões, maçãs, laranjas, pitangas e muitas outras), ovos de outros pássaros, flores de jardins, minhocas, pequenas cobras, lagartos, crustáceos, além de peixes e girinos de rios e lagos de pouca profundidade e até mesmo pequenos roedores. Costuma comer parasitas (carrapatos) de bovinos e eqüinos. Apesar de ser mais comum vê-lo capturar insetos pousados em ramos, também é comum atacá-los durante o vôo.






 Aqui  em casa, comem os frutos do Cinamomo





E também, comem as frutinhas (pimentinhas rosas) da Arueira.








Aprecia os frutos da fruta-de-sabiá ou marianeira (Acnistus arborescens), chala-chala (Allophyllus edulis), araticum ou marolo (Annona coriacea), maria-preta (Solanum americanum), magnólia-amarela (Michelia champaca) e do tapiá ou tanheiro (Alchornea glandulosa). Em Natal/RN, apesar de não ter registrado em fotos, foi verificado um indivíduo comendo ração para cães por vários dias. 
Em suma, é uma ave que está sempre descobrindo novas formas de alimento. Devido ao seu regime alimentar generalista, por vezes contribui para o controle de pragas de insetos, inclusive cupins urbanos.





Espécie sem dimorfismo sexual.





 São agressivos, ameaçam até gaviões e urubus quando esses se aproximam de seu “território”. Costumam pousar em lugares salientes como postes e topos de árvores. Pode-se vê-lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando-se nos tanques ou chafarizes das praças públicas. Como podemos ver, possui grande capacidade de adaptação. É um dos primeiros a cantar ao amanhecer. Anda geralmente sozinho, mas pode ser visto em grupos de três ou quatro que se reúnem habitualmente em antenas de televisão.



É ave típica da América Latina, com uma distribuição geográfica que se estende predominantemente do sul do México à Argentina, em uma área estimada em 16.000.000 km².

Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha de Trinidad. Foi introduzida nas Bermudas em 1957, importadas de Trinidad, e na década de 1970 em Tobago. Nas Bermudas, é a terceira espécie de ave mais comum, podendo atingir densidades populacionais de 8 a 10 pares por hectare.


                                   Existe outra espécie muito pareccido com o Bem-Te-Vi. é o Suiriri, porém aqui, só encontrei o Suiriri-de-Garganta-Branca.

 O Suiriri e o Suiriri-de-garganta-branca, que é o que aparece por aqui, são aves passeriformes da família Tyrannidae.
Quase tão conhecido como o bem-te-vi, é encontrado em todo o Brasil. Adapta-se até aos maiores conglomerados urbanos, desde que haja alguma arborização. Pode ser visto no meio de São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo. A população do sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (parte) é completa ou parcialmente migratória. Seu nome popular, de origem onomatopéica, origina-se de sua vocalização “si-ri-ri” (Höfling e Camargo, 2002).
 
Apresenta um amarelo puro no ventre e no peito, um branco destacado na cabeça, uma máscara negra bem definida e um píleo amarelo. Pode ser facilmente confundido com o suiriri devido aos tons cinza “encardidos” invadindo o amarelo do peito, sendo que o suiriri tem uma coloração avermelhada entre as plumas da cabeça e o de garganta branca não tem.
Pesa 39 gramas e mede 21,5 a 22 centímetros. O canto mais emitido é uma forte risada aguda, responsável pelo nome comum.
 
Vivem solitário ou em casais; muito agressivos entre si. Podem ser vistos empoleirando-se próximos, algumas vezes juntos às tesourinhas.
 Durante o dia, fluxos constantes de suiriris-garganta-branca voando na mesma direção a poucos metros das copas podem ser notados. Chama a atenção pela pequena distância entre si e a continuidade do movimento, às vezes por 30 ou 40 minutos, com 2 ou 3 aves de cada vez.
 A partir do poleiro, realiza um vôo de poucos até dezenas de metros, em todas as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna ao local de origem para consumi-la, muitas vezes batendo fortemente no galho para matar ou estonteá-la. Estão em seu poleiro nas primeiras horas da manhã e muitas vezes permanecem todo o dia, apesar do sol e calor. 
 Cantam freqüentemente do final madrugada ao início da noite, geralmente pousados em fios, antenas, mourões de cerca ou nos galhos mais altos das árvores, o que amplia seu campo de visão para a captura de insetos, defesa da prole, etc. Um fato interessante observado é que os indivíduos costumam escolher os mesmos horários e lugares para seus gorjeios, mesmo em diferentes épocas do ano.
 Costumam ficar pousado em poleiros expostos, seja na parte alta da mata, seja em arbustos.
Espécie localmente comum no Brasil, centro-oriental, em áreas semi-abertas com bordas de florestas, cerrados, caatingas, capoeiras, fazendas, parques e jardins. Além de insetos, alimentam-se de frutos, esses últimos muito consumidos por aves em migração. Apreciam muito os frutos do tapiá ou tanheiro (Alchornea glandulosa).
Bem menos freqüente, não por aqui, e de comportamento mais discreto que o suiriri.



                                                  Por enquanto, ficamos por aqui!


Um comentário:

  1. Queremos o Beija Flor! hahaha... Sra. Heloisa, não acha que os posts estão cada vez mais compridos? aconselho algo mais breve, tá quase uma enciclopédia... Opinião minha só viu, muito boas as fotos!

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