quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Aves pequeno porte - Parte 4


                                     Espero que dê tempo de falar dos pequeninos, alguns não identificados e do beija-flor. Mas continuando com as de pequeno porte, vamos lá:     Vira |Bosta

  Também conhecido por azulego, maria-preta, chopim, chupim, chupim-vira-bosta, melro, godero, gaudério, cupido (Maranhão) e engana tico; o vira-bosta é uma ave passeriforme da família Icteridae. É provavelmente a ave mais odiada do Brasil, principalmente por causa de seus hábitos reprodutivos parasitários, pois nunca cuida de seus próprios ovos, sempre os botando nos ninhos de outras aves para que elas criem seus filhotes. Nada menos do que 55 espécies já foram listadas como hospedeiras, desde aves maiores até menores do que o vira-bosta.
             
Mede cerca de 20 centímetros. O macho adulto é preto-azulado, mas dependendo da iluminação só se enxerga a cor negra. A fêmea é marrom-escura. Pode ser confundido com a graúna (Gnorimopsar chopi), mas este é maior e possui o bico mais alongado e fino.  
  Alimenta-se de insetos e sementes. Costuma frequentar comedouros com sementes e quirera de milho. Entre julho e dezembro marca o início da reprodução, mas é após o acasalamento que se inicia a fase pela qual a espécie é mais conhecida. Esta espécie não constrói ninho e a fêmea põe 4 ou 5 ovos por postura, sendo 1 no ninho de cada hospedeiro. Porém, em ninhos de sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e joão-de-barro (Furnarius rufus), já foram encontrados 35 e 14 ovos de vira-bosta, respectivamente. Para chegar ao ninho hospedeiro, segue os “futuros pais adotivos”. Os ovos são de colorido uniforme e com a casca sem brilho, branco-esverdeados, vermelho-claros ou verdes, ou ainda com manchas e pintas, conforme a região geográfica. O tico-tico (Zonotrichia capensis) é muito parasitado e a adaptação vantajosa para o vira-bosta é a postura de seu ovo antes, ou no mesmo dia, daquela do primeiro ovo do hospedeiro. Como o período de incubação do vira-bosta é de 11 ou 12 dias, um a menos do que o do tico-tico, seu filhote, que é bem maior, nasce antes. Desta forma, o filhote do vira-bosta pode eliminar do ninho seus companheiros tico-ticos ou receber mais alimento, tendo maior probabilidade de sobrevivência. Quando abandona o ninho o filhote vira-bosta é alimentado pelos pais adotivos por 15 dias, solicitando alimento no bico através de um chamado característico, abaixando o corpo e tremulando as asas.
 Segue o gado para capturar os insetos por ele deslocados. Aprende a comer em comedouros artificiais de aves, a catar migalhas em locais públicos e a seguir arados para capturar minhocas e outros pequenos animais. É considerada uma praga agrícola, especialmente em arrozais do sul do país. 
 Os machos se exibem para as fêmeas com vôos curtos nos quais cantam sem parar, arrepiam suas penas e batem as asas semi-abertas e também com apresentações que envolvem eriçar as penas, balançando-as rapidamente e vocalizar. Sua vocalização atinge freqüências inaudíveis para os seres humanos. Na serra gaucha migram de meados de fevereiro a meados de setembro.
João De Barro
 O joão-de-barro é uma ave passeriforme da família Furnariidae.
Conhecido também como barreiro (RS), Maria barreira (BA), forneiro, pedreiro, oleiro, hornero (ARG) e amassa-barro. A fêmea é conhecida como “joaninha-de-barro”, “maria-de-barro” ou “sabiazinho” em certas regiões.
É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno. O joão-de-barro é tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e também dizem que ele faz o ninho na direção contraria da chuva, e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho, sua casa.
                                         Este é o “Manquinho”, que aparece aqui há uns 3 anos!
 Mede 18 a 20 centímetros de comprimento e pesa 49 gramas. Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Ventralmente é de coloração clara (alguns indivíduos podem possuir o peito, flancos e barriga amarronzados, semelhante ao dorso), sendo o queixo e pescoço brancos. Excetua-se a cauda, que é avermelhada tanto dorsal quanto ventralmente. É uma das aves de mais fácil observação nos locais onde ocorrem, pois além de não se afastar muito de seu território não é nem um pouco arisca, deixando o observador chegar a poucos metros de distância. Quando não está empoleirada desce ao solo onde passa boa parte de seu tempo caminhando de modo bem típico, alternado pequenas corridas com intervalos nos quais anda mais devagar. O pássaro, revirando as folhas, busca cupins, formigas ou içás no solo ou sob troncos caídos. Alimenta-se também de outros invertebrados, como minhocas e possivelmente moluscos. Aproveitam restos alimentares humanos, como pedaços de pão.
 
Juntos, o casal constrói um ninho interessante, em formato de forno de barro, o qual pode ser facilmente identificado no alto de árvores e postes em regiões campestres. No interior do ninho há uma parede que separa a entrada e a câmara incubadora, construída para diminuir as correntes de ar e o acesso de possíveis predadores. Utiliza como matéria-prima o barro úmido, esterco e palha, cujas proporções dependem do tipo de solo (se arenoso, a quantidade de esterco chega a ser maior do que a de terra).
 Uma vez abandonados, os ninhos são reutilizados por outras espécies de aves (canário-da-terra-verdadeiro, tico-tico, pardal e rolinhas). Também são reutilizados por lagartixas, rãs, pequenas cobras, ratos silvestres e até por abelhas.



Uma seqüência legal! 
É muito comum em paisagens abertas, como campos, cerrados, pastagens, ao longo de rodovias e em jardins. Caminha pelo chão em busca de insetos, freqüentemente pousando em postes, cercas, galhos isolados e outros pontos que permitam uma boa visão dos arredores. Vive geralmente aos casais. Canta em dueto (macho e fêmea juntos, cada qual de um modo um pouco diferente) nos arredores do ninho em postura altiva e tremulando as asas, com um canto extremamente estridente.

Esta ave tipicamente campestre vem aumentando significativamente tanto a sua distribuição quanto abundância. É a ave símbolo da Argentina.


                                    

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